23.10.08

Dual: a primeira palavra com aspas


Tem um andar para longe à espera de chorar cada vez mais nau em apuros.
Agora acabou.
De volta começou.
Para lá sumiu-se.
De volta começa.
De mortiça rasgámos a vontade de desistir.
Balbuciai essas palavras volvido o canto alvo quando acreditar mais que a fortaleza.
Agora acorda-me.
Dormitai dorme, dorme, dorme.
Dorme tanto quanto possas vidrar nessas frescas ondulações da quimera.
Prolongai no espectáculo da fenda com um abraço.
Eu trarei a caixa é colorida, “corpo a corpo” sobre as primeiras palavras com aspas e acordámo-nos da ressaca de tantos muros.
É sobre isso que te peço: não desistas.

quando acreditar mais que a fortaleza

14.10.08

Abai os heróis de si


(um fragmento epopeico-impensamental - 2008)

Abai os herois de si

(…)
89
Foi tida pelos áureos sedada fazenda
assinados de volta a Inferno ardor
corajosas a perder brusca sentinela
outros pulsos atravessaram fuzil da lenda.
A fama oeste do capitão é dele mercador
são relógios d’oiro armados com agenda
por meada de luares o fio fosse bagatela
apregoou sobre serras importantes se prenda.

90
Com biombos de Nabão arvoraram eunucos,
lutas de colégios por mil despertassem
a aventura duma flauta atravessara a verdade
cheia muito de trás numa pausa deserta
a luta das facas mexeu-lhes com serena vaidade
o entardecer duma graciosa Limusina
quase essa pérola se debruçasse aos poucos
até novas ciladas de bandeira em ruína.

91
Gonçalo, listen darling, listen to me,
cada captura busca novamente faunação.
Que os extremos abem nus imperadores
cruzaremos perfis arrancada perfuração
por estranheza pá mistura avassaladores
mesmo quando se apartava nítido alento
ínfimas saídas de viajantes inspiradores
só o veludo jamais consentirá noutro aposento.

92*
Uns vão nas almadias carregadas,
Um corta o mar a nado diligente,
Quem se afoga nas ondas encurvadas,
Quem bebe o mar, e o deita juntamente.
Arrombam as miúdas bombardadas
Os pangaios subtis da bruta gente:
Desta arte o Português enfim castiga
A vil malícia, pérfida, inimiga.

93
Acolhei os recem-chegados de fraude obreira
donde polvilha a sequela de canto por mais
molhados da Terra-Eifel faziam as festas
lá para Dália a flor, sequenciardes ladeira
no convés calçado da China às giestas,
partilhasse com luto o sal de animais.
Tomardes guarida sem alojados pioneira
o longínquo de esquecidos colhesse-os demais.

94
Imperfeito coágulo por vozes alerta
só os cavalos relinchariam a lisura materna
suturando o fogo invulgares missangas erigidas
à cascata das causas mais que incerta
p’la importância que valha a ordem das feridas,
o estalar do verniz sem a raça da perna
entoava o pranto das rezes semi-comidas
e repousasse porquês na sinistra descoberta.

95
Por um semelho amainada bússola atraca
soberanos oitavos ao centavo severamente.
Trovejai senhores astutos quão picada pele zelas!
A volúpia mal sobejara bege à sua frente
quedavam enfermos aos rádios se sente
aquando Gonçalo só abraçava as velas.
E de quem dragaria remota peregrinação,
suadas lagostas em mapa cochilavam.

96
Contagiosos canhões de cem por cento
avistaram naves de emboras soou
chagados de lautos povos inquietes
fossem de fivelas gargalhada adentro.
Sobressaltaram a nobre sombra de Sorvetes.
Até Gonçalo nos arrozais é mandarim
trouxe a teimosa geleia de tapetes
por lhes ver pó-de-história-sem-fim.

(…)

a volúpia mal sobejara bege à sua frente

* apropriação da estrofe 92 , Canto I da obra “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, 1572.

10.10.08

O ponto


No bacharelato do tempo, aprofundei os nervos engulo a elevar do Sol. Aconcheguei à ravina, olharmos o astro, a satisfação das ondas e a brisa cheia de palavras certas, digo-me: “Faço parte disto. Faço parte disto”.
Nunca para além das livre matiz, traçasse-mos a verdadeira jubilada, os sentidos não viciam as horas que eram.
Ir.
Irmos.
Vamos.
Vamos como imaginássemos certo dia a montagem das nossas vidas sobre o canto das projecções num único ponto.
Vale a pena sair.

Faço parte disto. Faço parte disto.

7.10.08

Foge mulher

No forro do telhado, dentro dum saco psíquico
reza àqueles na volta do caixeiro
lanhos por todo o lado com asna espontaneidade traria o triunfo nas botas.
O matarruano, que ninguém extasia a fera sobre um espelho, vem com a matriz do estupro à Pavlov com outros viajantes ramifica ao demónio da aceitação.

No forro do bebedoiro, dentro dum cor-de-rosa
atingirás a madrugada adjacente a gerar manias só vêm escondendo psíquicos que agarra em cutelo à madame francesa quão fio não podem evitar.


Na forra dos pitons, dentro da pasta
espirram os lados por todo o lanho com sob verdume histérico sendo a metade morta por adornos de minúcia e no ferro do pé-de-cabra jazem aqueles três filhos das unhas volúveis como trunfo.
Na forra do charme fostes psico-manipuladas.




Sob verdume estérico jazem filhos das unhas.

1.10.08

CALCULAI-NOS OS SES


Como se fosse acervo,
o infinito aparece sob farpas relevantes
quando nos refere às sequelas de escorço inscrito,
e partisse sequências de mel.
Figurava constantes l’esprit est force de les considérer,
VERGAI
a qual construção força além do lance,
alumiando a tinta em múltiplas de linhaça.
ESPADELAI
como se fossemos um vaso plausível, baseado sobre ilimites errados are friends of mine and cercai disso,
vil consciência de tanto desmesurado.
Calculai-nos os ses.
De que poderás informar, a pontos que devasto um senhor persiste num recado arredado das bruxas?
Seria desejável explicar o inexplicável durante o Dezembro inverso.
Dessa tal escrita infernal
assumiremos que é o pior inverno,
embora Dezembro não seja certo
nem bons desusos.

calculai-me os ses num recado arredado das bruxas

50ª

  Cheguei gatinhando ao nosso dominó de séculos e as viaturas cravam pio inimigo por demais prémio se poeirada culparia um caso prático. Amo...